Bloco Central

“Aguiar-Branco gosta dos cartazes do Chega”, acredita Pedro Marques Lopes

O que é que da Madeira se pode retirar para o que está para acontecer no país a 18 de Maio? Na cabeça de Luís Montenegro tudo, na de Pedro Nuno Santos nada. A análise de Pedro Marques Lopes e Pedro Siza Vieira no Bloco Central, com moderação de Paulo Baldaia

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Contrariando as expectativas, que apontavam para um aumento da abstenção, os eleitores na Madeira, menos de um ano depois das últimas regionais, foram votar em maior número e apostaram na estabilidade, regressando aos resultados de 2019 com uma maioria absoluta de 24 deputados para o PSD e CDS. PS e Chega foram os grandes derrotados, o partido Juntos pelo Povo passa a liderar a oposição madeirense.

E o que é que da Madeira se pode retirar para o que está para acontecer no país a 18 de Maio? Na cabeça de Luís Montenegro tudo, na de Pedro Nuno Santos nada.

A campanha para as legislativas já começou, Montenegro voltou a dar uma entrevista, desta vez a Manuel Luís Goucha, e Pedro Nuno Santos iniciou os Estados Gerais (versão acelerada) para mostrar as caras com que pretende dar credibilidade à alternativa socialista.

E já é certo que a política vai ter muita justiça, seja porque um governo regional que tem vários arguidos acaba de ver reforçada a sua votação, seja porque o líder do PSD meteu uma providência cautelar para o Chega retirar os cartazes que o associam a corrupção, seja porque, para lá das questões éticas e de transparência, ainda é preciso averiguar se o próprio primeiro-ministro não cometeu o crime de procuradoria ilícita.

Pelo caminho, dar nota também de duas conferências de imprensa do director nacional da PJ, no mesmo dia. A primeira para dar conta de buscas à Federação Portuguesa de Futebol e a segunda para ilibar o seu anterior presidente que, na sua posse como presidente do COP, tinha Marcelo e Montenegro como convidados.

Neste episódio, haveremos também de tirar a temperatura ao processo de paz na Ucrânia

Lá por fora, em tempo de Guerra e Paz, Putin faz a vez de Napoleão no romance de Tolstói mas o determinismo histórico presente no livro continua a ser favorável à Rússia, destinada a vencer. É nisto que acredita o presidente russo e foi com esta convicção que deixou Trump de mãos a abanar, oferecendo-lhe muito pouco, comparando com o que lhe exige, que é mais ou menos determinar agora que a Ucrânia não terá capacidade de se defender no futuro. Em tempo de Guerra e Paz, Netanyahu deitou ao lixo o plano que Trump supostamente o obrigou a aceitar e voltou a atacar Gaza sem dó, nem piedade, mas com o apoio de Washington. Talvez seja bom olhar para a paz do Médio Oriente para antecipar o que pode ser a paz na Ucrânia.

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