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Como obter o certificado energético da minha casa? Que preocupações legais devo ter?

Saiba ainda como fazer o pedido!

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O Certificado Energético é obrigatório por lei para todos os edifícios, novos ou antigos, a partir do momento em que são colocados à venda ou para arrendamento. Como tal, e especialmente se vais comprar casa, é importante que fiques a conhecer tudo sobre este documento. 

Quando se compra uma casa, é necessário ter toda a informação e documentação obrigatória para se poder efetuar a escritura. No entanto, antes deste passo tão importante, existe outro que é fundamental: a escolha do crédito à habitação

Este tipo de financiamento implica um grande peso nas finanças pessoais do consumidor, pelo que deve saber selecionar o melhor para si. Através de uma comparação do mercado pode consultar as ofertas de todos os bancos em Portugal e selecionar a melhor proposta. 

O que é o Certificado Energético? 

O Certificado Energético é um documento obrigatório que visa avaliar a eficácia energética de um imóvel. Esta eficácia pode variar entre “A+”, que representa o desempenho energético mais elevado e, assim, uma maior poupança, e “F”, o que significa que a habitação tem pouca eficiência energética. 

A certificação energética é realizada por técnicos autorizados pela Agência para a Energia (ADENE). A ADENE é o organismo público que se responsabiliza pelo Sistema de Certificação Energética de Edifícios (SCE), que fornece todas as informações necessárias para avaliar o consumo energético de um imóvel. 

Para além da avaliação energética da habitação, o Certificado Energético SCE inclui ainda informações relativas à climatização e às águas quentes sanitárias, bem como deve indicar medidas de redução do consumo energético. Algumas destas medidas podem ser, por exemplo, o reforço do isolamento da casa ou a instalação de janelas com vidros duplos. 

A classe energética é determinada por vários fatores: 

  • Ano de construção; 
  • Localização; 
  • Tipo de habitação: prédio ou moradia; 
  • Área da habitação; 
  • Constituição das envolventes; 
  • Equipamentos de climatização; 
  • Equipamentos associados à produção de águas quentes sanitárias. 

Quando tenho de pedir este documento? 

O Certificado Energético é obrigatório em sete situações específicas: 

  1. Para todos os edifícios novos; 
  1. Edifícios cuja reabilitação seja equivalente a 25% do seu valor; 
  1. Edifícios de serviços ou comércio que detenham uma área interior útil igual ou superior a 1.000 m2
  1. Edifícios que alberguem supermercados, hipermercados, centros comerciais ou piscinas abertas, cuja área interior útil seja igual ou superior a 500 m2
  1. Edifícios que sejam propriedade do Estado, ocupados por uma entidade pública e que sejam frequentados por cidadãos, com uma área interior útil superior a 500 m2
  1. Imóveis que sejam colocados no mercado para venda ou arrendamento, sendo que o proprietário deve solicitar este documento; 
  1. Nos casos de permuta, de trespasse ou de um contrato de pessoa a nomear. 

No entanto, é preciso saber que não é necessário solicitar um Certificado Energético de cada vez que se transaciona ou arrenda uma casa. Ou seja, o proprietário não precisa de pedir este documento novamente e pode utilizar o atual sempre que for necessário, desde que esteja válido. 

Como fazer o pedido? 

Em primeiro lugar, deve procurar por peritos qualificados na sua zona de residência. A ADENE disponibiliza uma Bolsa de Peritos Qualificados no seu site. Em alternativa, há sites que agregam vários peritos em Certificados Energéticos. Deve comparar os valores cobrados e outros aspetos que são propostos por cada profissional. 

Depois, deverá reunir a seguinte documentação: 

  • Cópia da planta do imóvel; 
  • Caderneta Predial Urbana
  • Ficha Técnica da Habitação; 
  • Certidão de registo do imóvel na Conservatória. 

O passo seguinte passa pela visita do profissional ao imóvel para proceder ao levantamento de dados. Posteriormente, o perito irá introduzir os dados recolhidos no Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios. 

Se quiser, tem o direito de pedir para consultar uma versão prévia antes da emissão do Certificado Energético. Note que este documento pode demorar de dois a três dias a obter. 

Quanto custa um Certificado Energético? 

Este documento assume um custo variável consoante as características do imóvel, como pode constatar na tabela seguinte: 

Custo de um Certificado Energético 

Características  Tipologia T0-T1  Tipologia ≥ T6  Área útil até 250 m2  Área útil ≥ 5.000 m2 
Imóveis de particulares  28€ + IVA  65€ + IVA  N/A  N/A 
Edifícios de comércio e serviços  N/A  N/A  135€ + IVA  950€ + IVA 

Para além destes valores, deve considerar ainda o montante que terá de pagar ao perito qualificado. Como estes valores não estão tabelados, o custo pode oscilar consideravelmente: daí ser tão importante pedir vários orçamentos antes de escolher um perito. 

É possível ter isenção no pagamento do Certificado Energético, caso reúna as seguintes três condições: 

  1. o documento original esteja dentro da validade; 
  1. tenham sido implementadas as recomendações de melhoria de eficiência energética; 
  1. após a implementação, a habitação obtenha uma classificação de, no mínimo, B-. 

Que preocupações legais devo ter? 

Antes de mais, é importante estar ciente de que o Certificado Energético não é vitalício. Assim, para edifícios de habitação e para pequenos edifícios de comércio e serviços, a validade é de 10 anos. Caso se tratem de grandes edifícios de comércio e serviços, o prazo de validade é reduzido para oito anos. 

Se não cumprir com estes prazos, poderá estar sujeito a pagar uma multa ao Estado. Para além disso, é também obrigatório por lei ter este documento em dia quando publicitar o imóvel para venda ou arrendamento. 

Para particulares, a coima varia entre os 250 euros e os 3.740 euros. Para empresas, o valor por incumprimento varia entre os 2.500 e os 44.890 euros. 

Sê amigo do ambiente, investe na tua casa 

O Certificado Energético é também uma forma de levar as pessoas a serem mais ecológicas. Por um lado, ajuda o ambiente e, por outro, consegue poupar bastante nas faturas mensais de energia

Quanto melhor for a avaliação energética da casa, mais elevado será o seu preço. No entanto, uma maior poupança energética significa uma redução de custos significativa, acabando por se traduzir num bom investimento futuro. 

Isto significa que, caso o seu Certificado Energético tenha recomendações – que são apenas isso, não sendo obrigatórias de implementar – talvez seja melhor investir algum dinheiro para melhorar a sua habitação. 

A verdade é que, no mercado imobiliário, ter um Certificado Energético com as classes A e A+ permite um acréscimo de 10%, em média, no valor da sua casa. Outras vantagens passam pelos benefícios fiscais no IMI e IMT, bem como no acesso a financiamentos para a realização de obras com condições mais competitivas. 

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