Camões: 500 Anos de História e de Lenda

De mão em mão: como é que a poesia de Camões circula e acaba canonizada entre os séculos XVI e XVIII? (Último episódio do podcast)

Num debate sobre a circulação da poesia camoniana, José Miguel Martínez Torrejón e Gil Teixeira destacam a importância dos manuscritos esquecidos e o impacto dos Lusíadas como “um buraco negro” da literatura portuguesa. Oiça aqui o nono e último episódio do podcast ‘Camões: 500 anos de História e de Lenda’

Camões: 500 Anos de História e de Lenda

No último episódio do ciclo de debates dedicado a Camões, o foco recaiu sobre a circulação manuscrita da sua poesia, com especial atenção à lírica e à épica camoniana.

Moderado por Luís Fardilha, o encontro contou com intervenções de José Miguel Martínez Torrejón e Gil Teixeira, que exploraram a transmissão textual da obra camoniana através de códices, miscelâneas e cancioneiros.

Martínez Torrejón destacou a complexidade da atribuição autoral e a necessidade de revisitar criticamente os estudos camonianos, apontando casos de falsificação e omissões na tradição crítica.

Gil Teixeira, por sua vez, traçou um percurso pela circulação da poesia épica de Camões nos séculos XVII e XVIII, evidenciando o processo de canonização dos Lusíadas e a sua presença constante no ensino, nas edições e nas academias.

“Camões quanto mais conhecido foi, mais estimado foi, e por outro lado, os Lusíadas efetivamente parece que foram um buraco negro da nossa literatura portuguesa e interessa considerá-lo deste ponto de vista”, diz Teixeira ao referir-se ao impacto dos Lusíadas na literatura portuguesa.

“O grande poema de Camões possui algo que o torna incontornável, a forma como deglute - qual vórtice - tudo à sua volta. Está concebido para ocupar e encher o espaço todo, talvez o tempo também”, acrescenta.

E remata: a crítica camoniana, mesmo quando ousada, foi frequentemente abafada por uma veneração quase religiosa do poeta.

O episódio encerra com uma reflexão sobre a persistência da memória camoniana e um apelo à investigação coordenada e multidisciplinar sobre o camonismo, reconhecendo que, embora o problema da lírica camoniana possa ser irresolúvel, o caminho para a sua compreensão continua a ser fértil e necessário.


A conversa, moderada por Luís Fardilha, foi gravada no auditório da Biblioteca Nacional em 25 de junho de 2025 e publicada em podcast como nono e último episódio de ‘Camões: 500 anos de História e de Lenda’.

* A sinopse deste episódio foi criada com o apoio de IA. Saiba mais sobre a aplicação de Inteligência Artificial nas Redações da Impresa

Oiça aqui o podcast "Camões: 500 anos de História e de Lenda", gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, no âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões.

Últimas