“Foi um choque aos 50 anos ter a noção de que, com o cancro da próstata, era provável ficar impotente e a usar fraldas durante muito tempo”

Jorge Bento Silva conviveu sempre com o pior da espécie humana. Dedicou toda a carreira à luta contra o terrorismo e acredita que o sofrimento dos outros, que foi acumulando nos últimos 35 anos, foi uma das principais causas do cancro da próstata, que lhe foi diagnosticado há 14 anos. No podcast 'Tenho Cancro. E Depois?', Jorge Bento Silva relata a sua experiência, ao lado do psiquiatra Pedro Macedo

Tenho Cancro. E depois?

Dedicou toda a carreira à luta contra o terrorismo, esteve décadas na Comissão Europeia a trabalhar de perto nas relações externas com países como Iémen, Iraque, Turquia e Rússia. Fez parte das equipas de segurança que lidaram com os atentados de Madrid, do Charlie Hebdo, do Bataclan e de Nice. Combateu o tráfico de órgãos e de crianças. Diz que para entender o que se passa na cabeça de um terrorista, em qualquer parte do mundo, é preciso ter empatia, abrir as tripas ao sofrimento dos outros.

'Tenho Cancro. E Depois?' tem sonoplastia de Gustavo Carvalho e Hugo Oliveira, capa de Tiago Pereira Santos e apoio à produção de Joana Henriques e João Filipe Lopes.

A música deste podcast foi cedida pelos Dead Combo em memória de Pedro Gonçalves.

'Tenho Cancro. E Depois?' é um projeto editorial da SIC Notícias e do Expresso, com o apoio da Novartis, criado com o objetivo de alertar e esclarecer, mas também reforçar a esperança e a confiança de todos os que vivem com a doença.

“Foi um choque aos 50 anos ter a noção de que, com o cancro da próstata, era provável ficar impotente e a usar fraldas durante muito tempo”

Bloco Central com Rui Tavares: as guerras culturais prejudicam mais a esquerda?

“Nós, para marcar as balizas, punhamos uns pedregulhos enormes a fazer de postes e os carros, mesmo que quisessem, tinham de ir devagarinho”

Monica Lafayette: “Acredito no casamento, no amor, na união. Quero ter alguém, mas na minha frequência, que não me veja como um troféu”

Tia Cátia: “Cozinhar para mim e para os outros continuou a ser um refúgio durante o tratamento do cancro da mama. O prazer manteve-se”

“Além dos cancros, tive um mioma de 20 cm, diziam que não seria mãe. Acho que fui a grávida que mais ecografias fez, ninguém acreditava”

Helena Costa: “Com o cancro do pulmão sabia que podia ter um prazo, as minhas filhas crescerem sem a mãe era das coisas mais dolorosas”

Vera Pinto Pereira: “Após a primeira radioterapia, partilhei numa reunião que tinha cancro da mama. O ambiente profissional deve ser humano”

“Foi um choque aos 50 anos ter a noção de que, com o cancro da próstata, era provável ficar impotente e a usar fraldas durante muito tempo”

“Não era estar careca e não ter pestanas que me definia. O que me apoquentou mais no cancro foi a minha limitação funcional e intelectual”

“O meu namorado afastou-se, os meus pais estavam em pânico: ‘Superaste um cancro e estás a chorar em posição fetal por um rapaz?’”

Jorge Gabriel: “Muito pouca gente soube do meu cancro de pele, não tive um diagnóstico avassalador. Tinha de fazer uma intervenção e fiz”

Joana Gonçalves: “Há muitas mulheres a ser abandonadas durante o cancro. Saem dos tratamentos e vão dar de comer aos filhos, é duríssimo”

João da Silva teve três cancros: “Descobri a espiritualidade. Quando acordo de manhã, a primeira coisa que faço é sorrir, porque estou vivo”