Jornada Mundial da Juventude

Entrega Total! Há quatro anos que um grupo de 170 jovens portugueses se prepara para a Jornada Mundial da Juventude: “Hoje sentem-se extremamente agradecidos”

Chegaram a Lisboa diretamente de Espinho para concretizarem aquele sonho que veio a crescer, dentro de meninos e meninas de todas as idades, durante anos a fio. A SIC conta-lhe toda a história.

Para quem não vive diariamente inserido numa comunidade cristã católica, o facto de haver quem se prepare durante anos a fio para a JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE pode ser um ato tomado como estranho, para outros verdadeiramente surpreendente e ainda para alguns de completa valentia. Quase surreal, até. Contudo, sabe-se que há quem o faça e a SIC esteve à conversa precisamente com um desses grupos.

Chegaram a Lisboa na segunda-feira, dia 31 de julho, diretamente de Espinho, no distrito de Aveiro. São um grupo de 170 jovens e ao seu comando está o Padre Artur que, quando se chegou até à equipa de reportagem da SIC, foi absolutamente ovacionado pelos vários meninos e meninas, de todas as idades, que o rodeavam. “Padre Artur! Padre Artur! Padre Artur“, gritava a grande maioria dos jovens em uníssono, numa absoluta barulheira que despertou, sem qualquer dúvida, a atenção de quem os rodeava.

As primeiras palavras que ouvimos sair da boca deste sacerdote foram “Nós já estamos há quatro anos a trabalhar para isto!“. E desde logo não foi difícil de perceber o porquê e o que os motivava. Segundo o Padre Artur Pinto, a comunidade iniciou os seus trabalhos de preparação para este evento católico com o objetivo de todos se poderem começar a ambientar com aquilo que os esperava e que iriam viver. As expectativas construíram-se e o resultado estava espelhado em cada sorriso que todos aqueles jovens esbanjavam por simplesmente estarem ali: na Jornada Mundial da Juventude.

Inicialmente, os jovens foram colocados à descoberta e naturalmente estranharam todo este fenómeno. Durante quatro anos, viram-se envolvidos em diversos encontrados direcionados para a JMJ; através de meios audiovisuais cresceu-lhes o ‘bichinho’ sobre todo o evento e, para o sentirem bem de perto, viram-se incentivados pelo testemunho de outros jovens de Espinho que já tinham vivenciado a experiência, isto porque sensivelmente três dezenas deles já tinham tido a oportunidade de estar em Cracóvia, no ano de 2016.

Trabalhando diariamente, através da catequese, muitos momentos de partilha e de esclarecimento e grandes momentos de adoração, os jovens estranham… mas rapidamente também entranharam. Da mesma forma, também os membros da comunidade mais velhos sentiram necessidade de o fazer. É que movimentar 170 pessoas na multidão da Jornada Mundial da Juventude não é, na verdade, para fracos.

Há muita colaboração da parte deles, dos miúdos, que já sabem muito bem como se devem organizar. Depois, acabando isto, é o gerir o acordar, o deitar, as refeições. Trabalhamos em subgrupos para que seja mais fácil. Ajuda-nos a entrar e sair dos recintos e só nos juntamos em momentos como este. Depois, tudo se torna mais fácil porque temos alguns adultos em cada grupo que ajudam e auxiliam em tudo o que for preciso“, partilhou com a SIC o Padre Artur Pinto.

Embora a preparação tenha sido muita, a verdade é que experienciá-la acaba sempre por ter as suas particularidades. Sabemos, por exemplo, que estes jovens estranharam toda esta multidão e, inclusive, na Missa de Abertura, alguns grupos ficaram ansiosos com todas pessoas e chegaram mesmo a sentir algum desconforto. Porém, aquilo que os move falou mais algo e aos poucos foram absorvendo o que estavam a viver e no quarto dia da Jornada Mundial da Juventude já nem questionam o ali estar nem o facto de se fazerem presentes mesmo na linha da frente para poderem ver o Papa Francisco.

Para eles era ponto de honra estar aqui hoje e agora… Sentem-se extremamente agradecidos porque o Papa passou muito próximos deles e esse era um daqueles objetivos que traziam“, aponta o Padre Artur Pinto, comentando ainda que entre os jovens existiu quem fosse desabafando alguns sentimentos como Só pode haver Deus, só pode haver Deus! Como é que uma pessoa tão frágil, com tantas dores, já com tanta idade faz isto nas pessoas?

É assim, rendidos a todo o ambiente proporcionado pela Jornada Mundial da Juventude, que alguns dos sonhos destes jovens têm vindo a ser concretizados. Porém não o seriam sem a importante ajuda de toda a comunidade que os apoia e que muito os ajudou para estarem a viver tudo aquilo que um dia tanto desejaram. Na verdade, Espinho ajudou em peso estes jovens, sobretudo com a angariação de fundos para a sua participação neste evento cristão. E, mesmo de longe, mantém-se em contacto e a reagir a praticamente tudo. “As pessoas sentem mesmo que estão aqui connosco e estamos muito felizes também por isso!“.

A Jornada Mundial da Juventude é, no ponto de vista do Padre responsável por este grupo de jovens, “um ponto de arranque para sonhar com outra humanidade“. E aqui volta a entrar um ponto que a SIC já tinha noticiado através de um aglomerado de testemunhos de jovens e que parece ser o fulcral da JMJ: o diálogo constante entre países, línguas e culturas diferentes. “Todos nos respeitamos. Gostamos de estar uns com os outros e mais importante é isso mesmo: eles descobrirem que pode haver paz, que pode haver fraternidade, que pode haver uma comunhão intensa, apesar de todas as diferenças“.

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