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“Será que nos fez assim tão bem?” – Catarina Gouveia faz reflexão sobre “educação com palmadas”

A atriz mostrou-se triste com algum feedback sobre o vídeo da ama a agredir criança.

(Reprodução de Instagram, DR)

Na semana passada, Catarina Gouveia ficou “em estado de choque” depois de ver um vídeo onde uma ama surge a gritar e a dar uma palmada na mão de um menino, que começa a chorar.

CATARINA GOUVEIA ‘EM ESTADO DE CHOQUE’ COM VÍDEO DE AMA A AGREDIR CRIANÇA: “ESTOU A TREMER”

Já esta quinta-feira, 31 de agosto, a atriz partilhou uma reflexão sobre o uso da palmada em crianças, face aos comentários dos internautas.

“O feedback que mais me entristeceu, estes últimos dias, é o de continuarmos a acreditar que somos parte de uma geração educada, resultado do modelo educacional, dos nossos cuidados, com as socialmente ‘premiadas’ palmadas na hora certa, puxões de orelhas ou outras punições físicas/verbais”, introduz. A questão é: será que nos fez assim tão bem?, começou por escrever nos stories da sua página de Instagram.

“Também eu, tive uma educação com palmadas e colher de pau”

“Eu não sei, não consigo falar por todos, mas falo por mim mesma. Porque, também eu, tive uma educação com palmadas e colher de pau em resposta à desobediência, mau comportamento ou desencanto típico que é expectável de uma criança que está a descobrir como estar no mundo. E tenho a certeza de que acreditavam ser o melhor para o meu desenvolvimento e educação. E este é o principal ponto de princípio: ter a certeza de que aquilo que nos fizeram foi o que acreditam ser o melhor para nós. E partir deste ponto de princípio permite-nos dar o passo mais importante: perdoar e compreender que somos vítimas de outras vítimas, afirmou.

“Agora, que bem me encaixaria o discurso: ‘Eu também levei e estou aqui: feliz, educada, casada e realizada’. Credível e simples, certo? Não tão simples assim. Tive muita sorte, porque não me ocorre agora outra palavra, ou, talvez, uma tendência, para me debruçar sobre mim mesma, sobre as minhas próprias emoções, desde muito cedo. Aliás, aos 17 fui estudar psicologia e o que mais ouvia no curso era: os estudante de psicologia escolhem o curso para curar os próprios traumas, acrescentou.

O desafio: “Agora, cabe a um de nós…”

De seguida, desabafou: “Por mais ferramentas que tenha, algumas lacunas da minha personalidade e da minha forma de estar, como falta de confiança, ansiedade, timidez (já melhorei muito), auto-estima baixa, saber dizer não ao outro, entre outras, são algumas marcas em mim que se tornaram nas minhas batalhas diárias. E proponho-me a trabalhá-las com todo o meu empenho, sabedoria e amor por mim mesma”.

(…) Agora, cabe a um de nós, por mais sofrido que tenha sido o caminho, pôr a mão na consciência e no coração e pensar: ‘O que posso, agora, eu fazer de diferente para que os meus filhos tenham caminhos mais felizes e menos tumultuosos?'”, concluiu.

Recorde-se de que Catarina Gouveia tem uma filha: Esperança, de um ano, fruto do casamento com Pedro Melo Guerra.

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