No Contas Poupança, Pedro Andersson, jornalista especializado em Finanças Pessoais, explica-lhe como funcionam os juros compostos e de que forma podem ser o seu maior aliado para poupar.
Os juros compostos, ou a capitalização de juros, são uma forma de multiplicar o seu dinheiro, reduzindo ao máximo o esforço. Para percebermos melhor do que se fala quando se pensa em juros compostos, imaginemos que plantamos uma árvore. No 1º ano, esta árvore será pequena e dará 10 frutos. Depois, a árvore vai crescer e dar cada vez mais frutos. Dos frutos que a árvore nos dará, o ideal é que utilizemos as sementes para gerar novas árvores, que posteriormente também vão crescer e dar novos frutos. No final, teremos um grande pomar que não parará de crescer. No fundo, isto são os juros compostos! Simples, não é? Basta que volte a investir o dinheiro que recebe dos juros e estará a aumentar a sua poupança ainda mais, sem mais esforço.
Não desperdice o seu dinheiro!
A verdade é que, por falta de literacia financeira, grande parte dos portugueses faz depósitos a prazo e ao fim do ano recebe os juros na conta à ordem. Pode optar por gastar esse juros, mas a recomendação é que os reinvista no mesmo depósito ou noutro tipo de investimento mais rentável. É uma questão de escolha: ou gasta, ou investe novamente - somando à poupança anterior.
O que não deve fazer é deixar o dinheiro na sua conta à ordem, uma vez que estará a render zero ou pouco mais. Vai estar, por isso, a desperdiçar milhões de euros anualmente. E nem mesmo os depósitos a prazo escapam. Se tiver sempre o mesmo valor a render, temos uma má notícia: vai estar a perder dinheiro para a inflação.
Mas vamos a um exemplo prático. Afinal, como funcionam os juros compostos?
Se tiver 10 mil € numa poupança e passado um ano receber na sua conta à ordem 250€ de juros, volta tudo ao princípio. O segredo dos juros compostos é pegar nesses juros e fazer um novo depósito, mas juntando os 250€ que recebeu entretanto. Por outras palavras, deve, no ano seguinte, fazer um depósito inicial de 10250€ ou mais, se tiver essa possibilidade. Se não o fizer, o seu dinheiro nunca crescerá a sério. A grande questão que se coloca é que para ver grandes resultados terá de ter paciência, uma vez que só ao fim de 10 anos é que os resultados começam a aparecer. Depois, acontece o “milagre” dos juros compostos: o seu dinheiro começa a “explodir”.
Tem dúvidas que esta possa ser uma boa estratégia para si? Utilize uma calculadora de juros compostos que encontra na internet e faça as contas!
Na reportagem, Pedro Andersson utilizou esta calculadora. Se começar por investir 1000€ e reforçar mensalmente 50€ num fundo PPR (que não tem capital garantido) que renda em média 6%, durante 40 anos, deverá esperar ter no final 110 mil €. Note que do seu boldo apenas investiu ao longo dos anos 25 mil €. Isto porque começou por investir 1000€ e depois 50€ x 12 meses x 40 anos.
Se escolher, por exemplo, um ETF SP 500 que tem rendido em média 10% ao longo das últimas décadas, o resultado seria de quase 370 mil €. Exatamente com o mesmo esforço de 50€ por mês.
O jornalista Pedro Andersson reforça a importância de criar e reforçar mensalmente um ou vários investimentos para quem tem filhos, logo quando nascem. Dessa forma, quando o seu filho completar 20 anos, já terá o resultado que só obteria aos 40 se começasse a poupar aos 20 anos. Com 50€ por mês, começando assim que nasce, num ETF que renda 10% ao ano, chega teoricamente aos 60 anos com 2.374.760€. Mais de 2 milhões de euros, com 50€ por mês!
Os juros compostos podem ser uma fórmula matemática difícil de compreender, mas quanto mais cedo começar a utilizá-los, mais depressa vai ver os efeitos na sua conta bancária. As recomendações de Pedro Andersson? Tempo e disciplina!
Boas poupanças!