Começou a trabalhar aos quatro anos, fazendo sucesso em novelas brasileiras como Carrossel e Além da Ilusão. Hoje, aos 22 anos, Larissa Manoela tem uma carreira de sucesso e é reconhecida inclusive internacionalmente – mas a sua relação com os pais está a chocar o Brasil.
A atriz cedeu uma entrevista ao programa de televisão Fantástico, transmitida no dia 13 de agosto – data em que se celebra o Dia dos Pais no Brasil – onde revelou que abriu mão de todo o património: 18 milhões de reais (3 milhões de euros).
Falando pela primeira vez sobre o assunto, Larissa explicou que a relação com os pais e sócios, Gilberto e Silvana Elias dos Santos, foi-se “fragilizando”. Embora fosse maior de idade, a artista recebia uma mesada, não sabia quanto ganhava e, aos 18 anos, começou a questionar os progenitores sobre o assunto.
“Começaram as divergências a partir do momento em que eu fiz 18 anos e que entendi que era o mínimo saber um pouco do meu negócio, do que eu estava provendo durante todos esses anos. Eu só queria entender o negócio. Como estava a questão financeira, que nunca me era apresentada? Que eu não sabia o que eu recebia, o que estava sendo pago”, contou.
A atriz – que está noiva do também ator André Luiz Frambach – chegou mesmo a pedir à mãe 10 reais, cerca de 1.85 euros, para comprar um milho na praia. Silvana respondeu que a conta da filha não tinha dinheiro e enviou o dinheiro de uma outra conta diretamente para o vendedor. “Qualquer tipo de pagamento, fosse uma passagem aérea, a compra de algo mais supérfluo, eu tinha que pedir autorização”, afirmou.
Foi então que Larissa entrou em contacto com um escritório de advogados para saber mais sobre as três empresas das quais era sócia. Na primeira, Dalari, aberta pelos pais quanto tinha 13 anos, a atriz possuía apenas 2%, enquanto que Gilberto e Silvana tinham 98%. Anteriormente, os pais terão dito que todos tinham quotas iguais (33%) desta empresa, o que descobriu não ser a realidade.
A segunda empresa, aberta em julho de 2020, quando Larissa tinha 19 anos, pertencia somente a esta, mas uma cláusula dizia que os pais tinham plenos poderes para tomar decisões sem consultar a filha.
A terceira empresa, uma holding dividida em três partes iguais, foi criada em maio do ano passado pela jovem para “reunir todo o património que estava na primeira empresa”, o que nunca aconteceu por decisão dos pais. Assim, Larissa Manola decidiu deixar todo o dinheiro acumulado até agora para “conforto” dos progenitores.
“A minha decisão de abrir mão de todo o meu negócio é porque eu tenho a plena certeza de que o meu caminho, ele vai-me trazer grandes conquistas. Eu tenho só 22 anos. Eu tenho a plena consciência de que essa minha escolha é para dar o conforto necessário para os meus pais”, explicou.
A reação dos pais
Gilberto e Silvana Elias dos Santos, que deixaram de trabalhar em 2010, reagiram em comunicado elaborado pelos advogados, e citado pelo G1, dizendo que Larissa “falta com a verdade quando diz que não sabia” os valores acordados na empresa Dalari. Garantem ainda que a artista usava cartão de crédito e, por isso, tinha acesso a dinheiro.
Mas não fica por aqui. O comunicado refere que a atriz “distorce a realidade” quando diz que tem dificuldade em negociar com os pais em relação às empresas e que estes estão “dentro do prazo para as providências legais”. Adianta que é a atriz quem se recusa a falar com os pais, que a acusam de “ingratidão, indiferença e desrespeito”, mas que será “amada incondicionalmente” apesar de tudo.
Atriz teve que pedir empréstimo para comprar casa
Os advogados de Larissa Manuela esclareceram, através de um comunicado, citado pelo UOL, que embora tenham sido adquiridos 11 imóveis através do dinheiro que a atriz ganhava pelo seu trabalho, apenas um apartamento estava em seu nome. “O restante, estava no nome de empresas ou foram colocados diretamente no nome dos seus pais“, lê-se.
A jovem de 22 precisou de vender o apartamento para, juntamente com um empréstimo, comprar uma casa, embora tenha um património de milhões. Até ao ano de 2022, Larissa “não tinha sequer uma conta bancária em seu nome. As contas que existiam eram jurídicas e geridas pelos pais”.