Imagine o cenário: um avião que transporta 45 pessoas cai numa parte remota dos Andes, matando grande parte dos passageiros. Esta é uma história verídica que aconteceu no dia 13 de outubro de 1972 e que serviu de inspiração para o novo filme da Netflix, ‘A Sociedade de Neve’. E, claro, está a colar os telespectadores ao ecrã.
Tudo começou quando uma equipa de râguebi, os Old Christians Club, e amigos e familiares, partiram de Montevidéu, capital do Uruguai, com rumo a Santiago, no Chile, para competirem contra uma equipa inglesa.
Infelizmente, o avião da Força Aérea uruguaia chocou contra uma montanha na cordilheira dos Andes. 33 pessoas sobreviveram ao drástico impacto, sendo que o avião perdeu as asas e parte da cauda.
O desastre deu início a um dos maiores e mais brutais feitos de sobrevivência da história recente da América do Sul. Ao longo de mas de 70 dias, os sobreviventes ficaram sujeitos a adversidades extremas: fome, frio de 30ºC negativos, ar rarefeito, avalancha e até antropofagia, enquanto as autoridades os determinaram como desaparecidos e mortos.
No decorrer desse tempo, o número de sobreviventes foi diminuindo, assim como os alimentos. A luta pela sobrevivência levou-os a fazer um pacto: caso não resistissem, os seus restos mortais poderiam ser usados como alimento para que outros sobrevivessem até ao resgate.
Uma avalanche também destruiu a fuselagem do avião, o que resultou na morte de oito pessoas, que acabaram ‘engolidas’ pela neve. Foi apenas no 72º dia que dois dos sobreviventes, Fernando Parrado e Roberto Canessa (que tinham 22 e 19 anos, na altura), decidiram partir para tentar obter ajuda.
Após 11 dias a vaguear pela neve, Fernando e Roberto encontraram um grupo de agricultores chilenos que os socorreram e ajudaram no pedido de socorro para as outras vítimas. Estavam 45 pessoas a bordo do avião, mas apenas 16 foram regressaram a casa com vida.
O que começou como a “Tragédia dos Andes” terminou como o “Milagre dos Andes”. Agora, 52 anos depois da tragédia, mostramos-lhe como estão os sobreviventes. 14 deles ainda estão vivos: José Inciarte faleceu no ano passado, aos 75 anos, vítima de cancro, de acordo com a AFP, assim como Javier Methol, em 2015, aos 79 anos.