Saúde e bem-estar

Dormir menos de seis horas? O corpo não vai achar graça

Dormir não é um luxo, é uma necessidade vital. E da próxima vez que pensar em cortar horas de descanso, lembre-se: o seu corpo pode não perdoar.

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SIC Mulher

Dormir bem é mais do que acordar descansada: é um pilar essencial da saúde. No entanto, nem sempre é fácil garantir as tão faladas sete a oito horas de sono.

O stress, a ansiedade, a toma de determinados medicamentos, uma vacina ou até a insónia podem ser motivos suficientes para passar a noite em claro. Mas sabe o que realmente acontece ao seu corpo quando dorme menos de seis horas por noite?


O jornal Metro falou com as especialistas Sue Peacock e Katharina Lederle, que explicaram de que forma a falta de sono pode afetar o organismo – e os resultados não são animadores.

Um sistema imunitário mais frágil

Dormir pouco compromete as defesas do corpo. Durante o sono, o organismo produz citocinas, substâncias protetoras que ajudam a combater infeções e, ao mesmo tempo, contribuem para um descanso reparador. Se dorme menos do que deveria, reduz a capacidade de resposta do corpo, tornando-se mais vulnerável a vírus e bactérias e demorando mais tempo a recuperar quando fica doente.

Ansiedade em alta

O sono e a ansiedade estão intimamente ligados. A falta de descanso pode aumentar a ansiedade, e a ansiedade, por sua vez, dificulta o adormecer. É um círculo vicioso. “O cérebro entra em modo ‘lutar ou fugir’, focado em cenários de risco, o que impede o relaxamento necessário para adormecer”, explica a especialista.

Alterações menstruais e ganho de peso

No caso das mulheres, a privação de sono pode desregular o ciclo menstrual. “O nível das hormonas da tiroide aumenta quando não dormimos o suficiente, e em mulheres jovens e saudáveis isso pode levar a irregularidades menstruais ou mesmo à ausência de ovulação”, esclarece Katharina Lederle.

Mas não fica por aqui: também pode notar mudanças no peso. Dormir pouco mexe com as hormonas ligadas ao apetite, estimulando a compulsão alimentar. “A falta de sono prolongada aumenta o apetite, a vontade de comer em excesso e, consequentemente, o aumento de peso.”

Menos produtividade e mais risco de doenças

Os efeitos da privação de sono também se fazem sentir no trabalho. Um estudo norte-americano mostrou que quem dorme, em média, cinco horas por noite perde 2,22 dias de trabalho por ano, contra 1,48 dias de quem garante oito horas de descanso.

A longo prazo, as consequências podem ser ainda mais sérias: perda de memória, menor capacidade de atenção e maior risco de doenças cardiovasculares, diabetes e até Alzheimer.

O que fazer?

Embora nem sempre seja possível controlar todos os fatores que interferem no sono, criar uma rotina noturna consistente, reduzir o consumo de café e evitar o uso do telemóvel antes de dormir podem ser passos simples, mas eficazes.

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