Assim vamos ter de falar de outra maneira

"Tenho visto figuras públicas a gabarem-se de passar longos períodos sem tomar banho e dão só um toquezinho com dodot's"

Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira voltam a conversar neste episódio de Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira, desta vez, sobre matérias de casa de banho e derivados...

José Fonseca Fernandes

SIC

Neste episódio de Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira sobre o tempo e a memória em Marcel Proust, Miguel Góis relata a sua experiência na casa de banho de um centro comercial, onde reparou num tipo de urinol que nunca tinha visto. José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira desenvolvem, em conjunto, várias teorias sobre os urinóis, destacando os urinóis modernos, ou se lhes quiserem chamar, ecológicos: "Um urinol é uma desculpa que os homens inventaram para poderem fazer xixi contra a parede dentro de casa (...) Este urinol a que eu fui, é um urinol sem água. É comercializado por muitas empresas e eles estão muito orgulhosos do seu produto, que são urinóis sem água".

A revolta dos três a estes urinóis sem água é, precisamente, o odor. Afinal, há várias vantagens neste produto e o único problema é que o odor fica: "Isto é inovação? Não! Isto é a maneira mais antiga de urinar porque um urinol sem água no fundo é um penico preso à parede. Nós estamos em 2025, entre o ato de olharmos para o nosso relógio para ver como é que está a nossa pressão arterial e o ato de usar inteligência artificial para gerar código... O que é que nós fazemos? Urinamos para um penico."

Ricardo Araújo Pereira partilha o seu gosto pela liberdade de fazer xixi na natureza mas Miguel Góis tem o desejo de morrer numa casa de banho e explica os motivos: "Já repararam? As estrelas de rock morrem todas na casa de banho. Elvis Presley. Jim Morrison. Whitney Houston. Dolores O'Riordan"

Há várias implicações filosóficas da urina a ter em conta neste episódio do podcast, mas a propósito da ecologia é importante destacar a representação do vomitado na arte medieval: "Há muitas coisas que nós fazemos agora que achamos que são muito higiénicas, mas daqui a 50 anos alguém vai dizer como é que era possível? (...) Durante muito tempo achou-se que os romanos tinham uma divisão para irem vomitar: o vomitório".

Destaque para a origem da palavra náusea, náusea vem de naus, que é a palavra grega que significa navio. Ou seja, é enjoo marítimo, náusea significa vomitar: "E é contagioso, não é? Tu vês uma pessoa a vomitar, dá vontade de vomitar. E ao que parece, é de propósito. Porque é uma maneira de... Enfim, vamos chamar da natureza. Quando tu vês alguém a vomitar, alguém da tua comunidade a vomitar, dá-te vontade de vomitar também"

Sobre a sabedoria do rei Salomão e Cristóvão Colombo, os argumentos são irrefutáveis. Analisam a dificuldade de encontrar pessoas que queiram praticar o infanticídio e não o fazem pelas próprias mãos, recorrem à ajuda: "Moisés! O faraó disse 'escravos, todos os escravos judeus, todos os bebés para o matar'. A mãe do Moisés pôs num cestinho no rio. Ele sobreviveu e depois acabou por dividir o Mar Vermelho; Branca de Neve. A Bruxa Má também mandou um caçador matar a Branca de Neve. Mas não matou, lixou-se. Portanto, o Herodes também; Herodes mandou matar todos os bebés. Até conseguiram matar, mataram bastantes, mas não mataram o que interessava, que era Jesus. Aliás, é capaz de explicar muito da personalidade de Jesus, que era a única criança da sua idade. Sem amigos, não é? Não tinha amigos."

No final do podcast, passagem pelo segundo filme do Top Gun com o primeiro filme do Top Gun e, num momento de grande nostalgia, recordam um sketch em que o Messias experimenta vários recursos estilísticos: "Este sketch foi gravado na serra de Carnaxide, um sítio mais parecido com a Galileia..."

Pode ouvir 'Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira'aqui:


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