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"Uma maneira de buscar prestígio tem que ver com os cargos que as pessoas desempenham. Agora há imensos CEOs de coisas que são patéticas"

Prestígio, CEOs, psiquiatras, milagres e pragas de javalis para ouvir neste mais recente episódio do Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira de Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira.

SIC

Neste episódio do Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira, Miguel Góis, Zé Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira pretendem falar sobre os acordos de Bretton Woods. Antes disso, fazem uma reflexão profunda sobre a natureza do prestígio: "Há pessoas tão obcecadas com o prestígio. No nosso ofício não faz sentido termos prestígio. Eu separo bem o trabalho do resto da minha vida. Acho que se nós quiséssemos ter prestígio, não nos vestíamos assim"

Ricardo Araújo ainda sobre a questão das vestimentas vai mais além: "Somos competentes a vestir-nos abandalhadamente. Uma pessoa olha para nós e diz, olha, este gajo está abandalhado. Eu, em público, gosto mais de andar vestido do que todo nu".

Na busca por prestígio, Miguel Góis alerta para as mais recentes maneiras de buscar prestígio: "Outra maneira de buscar prestígio tem a ver com os cargos que as pessoas desempenham. Agora há imensos CEOs de coisas que são patéticas. Como por exemplo, eu pesquisei e há uma CEO de uma retrosaria. Mesmo quando não são coisas patéticas, não faz sentido haver CEOs. Também encontrei um CEO de um quiosque. As pessoas querem ser coisas em estrangeiro"

Afinal, nem é preciso fazer grande coisa para se ter prestígio porque basta o nome. Neste sentido, acusam certas pessoas de não saberem dizer o próprio nome: "Atenção, isto é uma grande infelicidade. Há uma grande epidemia de Carinas que acham que se chamam 'Cárina' Acham mesmo E eu acho que foi desde o advento. Carina não é uma palavra esdrúxula. As pessoas que dizem Carina é que são esdrúxulas"

A propósito da morte de Brian Wilson, censuram psiquiatras que manipulam os pacientes: "O psiquiatra Eugene Landy tomou conta da vida do Brian Wilson. Controla-lhe a vida toda, controla-lhe as namoradas, controla o acesso à família e, mais interessante, ele começa a tomar decisões criativas. Inclusive, assinou músicas a meias"

Também repreendem Deus por causa de certos milagres, como é o caso do único sobrevivente do Boeing 787-8 Dreamliner, uma das aeronaves mais modernas da companhia área Air India que se despenhou cerca de um minuto depois de descolar: "Ou seja, o avião cai, não é? E Deus: 'Eu sou omnipotente e omnisciente mas cago, cago no avião. Só uma coisa, o passageiro que vai no lugar 11 este não morre, que eu não quero E as pessoas, pá, milagre, incrível. Tem muito boa imprensa, Deus. A sensação que eu tenho é que chego a um sítio onde estão 280 pessoas, mato 279, poupo uma, e as pessoas dizem que eu sou uma besta, quando é Deus Grande, maravilha".

No que diz respeito à praga de javalis propõem uma solução sensata: "Há uma praga de javalis em Portugal. Não há controlo, não têm predadores, reproduzem-se muito depressa, chegam a ter 12 crias por ano cada fêmea. Eu proponho que se espalhem televisões pela floresta e mostrar ao público javali, filmes que tirem o interesse na cópula".

No fim, recordam uma rábula protagonizada por um indivíduo que é javardo, excepto quando fala francês .

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