Assim vamos ter de falar de outra maneira

"A ideia de masculinidade que o Leroy Merlin sugere aborrece-me. À menino é uma coisa, à homem é outra!"

No quinto episódio de 'Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira' de Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira, há tempo para falar da terceira guerra púnica... ou não!

José Fonseca Fernandes

SIC

Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira juntam-se para mais um episódio de Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira sobre a terceira guerra púnica, onde começam por falar sobre presentes de aniversário de casamento românticos: "Um martelinho de segurança para ter no carro. Coisa prática e até egoísta, mas eu acho que é muito romântico. Normalmente, as pessoas têm atos considerados muito românticos, mas que depois vai-se a ver e bem analisados e são até bastante interesseiros"

Destaque para o pintor inglês, Dante Gabriel Rossetti, pintor do século XIX, que ofereceu uma coleção de poemas à mulher e, quando ela morreu, decidiu que os seus poemas podiam ir junto dela. Anos mais tarde, "já não estava a sentir tanto dela, e deve ter conhecido outras gajas" que resolveu profanar a campa da mulher e tirar-lhe os poemas.

Ainda a propósito de ferramentas, José Diogo Quintela admite a sua falta de coragem para entrar no Leroy Merlin porque é a loja que o faz sentir-se menos homem: "Eu entro lá e é uma humilhação total. Tantas ferramentas.... que atenção! As pessoas que lá trabalham, inclusive as mulheres, sabem todos mexer naquilo".

A questão da masculinidade é debatida com confronto à ideia de ser mulher ou ser menino. Como exemplificam: "Beber três litros de cerveja? É à homem. É, mas porquê? As mulheres não bebem cerveja? A questão é a seguinte: O contrário de beber três litros de cerveja à homem, não é à mulher. À homem, na esmagadora maioria das vezes, quando uma pessoa diz, não sei o quê, uma coisa à homem, é, em vez de ser à menino. À menino é uma coisa, à homem é outra".

Recuperando o momento em que o cunhado de Miguel Góis oferece um presente romântico à mulher, Ricardo Araújo Pereira reflete sobre o lugar de vulnerabilidade em que pode estar: "Há, neste momento, uma estética da foleirice, muito popular em contas de Instagram, e não só... É uma estética da foleirice onde se verifica o triunfo da geografia. Porquê? Porque é isto, tu estás num lugar, estás a falar de um lugar de inquietação, sobretudo, quando estás num sítio de vulnerabilidade e queres explorar o território da dúvida, não é?"

A discussão debruça-se sobre sair da zona de conforto, um paradoxo que milhares de pessoas vivem já que muito seguro arriscar". "Há uma tal obrigatoriedade de sair da zona de conforto que quem permanece confortável sente que está a transgredir. Há uma pressão social intensa. As pessoas angustiam-se por estarem a violar aquilo que já é uma norma universal".

A confusão semântica das palavras também serve de desculpa para os três refletirem sobre a bandalheira na língua portuguesa, como é o caso do abuso do advérbio então, o tipo de coisas onde as pessoas perdem a confiança e ajuda o "CHEGA a crescer".

Neste episódio, ainda há tempo para refletir sobre o padel e o ténis, onde o primeiro é uma "galhofa com raquetes" e o segundo "é um desporto sério". Para Ricardo Araújo Pereira, o kickbox " é considerado um desporto de jagunços, coisa que é falsa, e é discriminado a toda hora".

Deixando o desporto, a reflexão sobre a guerra de Tróia também é importante, já que falam como se fossem o major-general Agostinho Costa, o major-general Carlos Branco e "aquele outro major-general que também fala na televisão sobre guerras".

Do passado para o futuro, a utilização do ChatGPT é discutida com recurso ao término de universidades, acontecimentos que podem matar Sarah Connor, educação de namorados perfeitos e falhas técnicas que são invenções da inteligência artificial, que não tem a capacidade para dizer "não sei" e inventa.

No final do episódio, escutam um sketch sobre um empresário muito especial do lusco-fusco.

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