Saúde e bem-estar

Como lidar com a ansiedade na gravidez: 3 passos simples

O medo e a ansiedade vão estando presentes, seja pelos receios em relação ao bebé, às transformações corporais, ao parto, ao papel de mãe e até ao futuro da relação de casal. É normal senti-los. Saiba o que pode fazer

Oscar Wong

SIC

A gravidez é uma fase única, cheia de expectativas, mudanças e muitas incertezas. Os sentimentos variam de dia para dia, de momento para momento e não há uma forma certa de viver a gravidez. O medo e a ansiedade vão estando presentes, seja pelos receios em relação ao bebé, às transformações corporais, ao parto, ao papel de mãe e até ao futuro da relação de casal. É normal senti-los.

Reconhecer que a gravidez tem tanto de físico quanto de emocional é o primeiro passo para acolher sem culpa os sentimentos que vão sendo vivenciados.

Aceitar a variabilidade emocional na gravidez - Não é "loucura" é adaptação

À semelhança do que irá acontecer no pós parto, mas aí de uma forma mais intensa, os sentimentos na gravidez podem mudar de um momento para o outro sem que a mulher compreenda o que está a acontecer.

São 9 meses de alterações físicas para o desenvolvimento e nascimento do bebé, são igualmente 9 meses de transformações psicológicas e emocionais para o desenvolvimento e nascimento da mãe.

A influência hormonal do estrogéneo e da progesterona é real. São hormonas que suportam a gravidez e o desenvolvimento fetal e ao mesmo tempo influenciam o estado emocional da mulher, que mais facilmente apresenta oscilações emocionais. Não é "loucura", é adaptação, é aumento da sensibilidade emocional para criar a base de empatia que o bebé vai precisar para a criação de um vínculo saudável e é libertação de controlo sobre as próprias emoções para que a mulher se sinta a si própria e esteja conectada consigo, para que o possa fazer também com o seu bebé.

A variabilidade emocional não é um "erro" da natureza, mas sim um passo evolutivo para a fase seguinte, a do nascimento do bebé.

Informar-se de forma equilibrada - Da procura saudável à ansiedade

É natural querer saber tudo sobre a gravidez e o bebé, mas é impossível controlar ou prever todas as situações. A busca incessante por informação muitas vezes aumenta a ansiedade, criando cenários negativos ou imaginando situações em que algo possa correr mal, mesmo quando esses cenários não refletem a realidade presente. Por isso, é importante escolher algumas fontes seguras e credíveis e informação que seja pertinente.

Parar e relaxar é igualmente importante para diminuir a ansiedade. Uma das origens de querer saber o máximo possível vem do medo de se poder falhar e às vezes, basta parar e relaxar para que venha uma confiança que não se encontra em nenhuma informação.

Ouvir experiências positivas - Construir confiança

É muito fácil que o medo e a ansiedade surjam ao ouvir histórias de outras mulheres, familiares, amigas, ou até mesmo na comunicação social. As experiências ficam tão presentes que a mulher começa a pensar que o mesmo acontecerá consigo. Reconhecer que cada gravidez é única e que o que aconteceu a outra mulher não determina a sua própria experiência ajuda a reduzir a ansiedade. Procurar por experiências positivas sobre a gravidez e o parto pode trazer confiança e esperança, equilibrando os medos que surgem naturalmente.


Susana Magalhães Patrício, enfermeira especialista em saúde mental, com especialização em saúde mental materna e vínculo precoce

Nota importante: Este conteúdo é de carácter meramente informativo e baseia-se em experiência profissional, bem como em conhecimento científico. Não tem a intenção de substituir uma avaliação individualizada por parte de um profissional de saúde.

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