A metformina, um medicamento oral barato e amplamente utilizado no tratamento da diabetes tipo 2, está a ganhar destaque não apenas por ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue, mas também por oferecer um inesperado ganho de longevidade — especialmente em mulheres pós‑menopáusicas.
Um estudo norte‑americano publicado no Journal of Gerontology: Medical Sciences analisou dados de 438 mulheres com diabetes tipo 2 durante cerca de 14 a 15 anos.
Comparando quem usava metformina com quem tomava sulfonilureia (outro medicamento antidiabético), concluiu que o risco de morrer antes dos 90 anos foi cerca de 30% mais baixo no grupo da metformina.
Os cientistas sugerem que a metformina pode atuar em múltiplos mecanismos relacionados com o envelhecimento: pode proteger o DNA, ativar genes ligados à longevidade, proteger o cérebro e reduzir inflamações – fatores que vão muito além do controlo da glicémia.
Porém, é importante manter o balanço: este não foi um ensaio clínico randomizado nem contou com um grupo placebo, e a amostra ficou limitada a 438 mulheres. Ainda assim, a robustez do estudo está no período de acompanhamento, muito mais dilatado do que o habitual.
Especialistas na área de gerontologia, como Steven Austad, consideram que estes resultados são animadores e sugerem que a metformina pode moderar o envelhecimento biológico, abrindo caminho para novas formas de prevenção de doenças relacionadas com a idade.